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Reflexos olímpicos

13-08-2012 | 05:23
Por Liga Nacional de Basquete

Como manter o basquete em evidência no país a partir de agora após Londres-2012? Técnicos do NBB indicam o que pode acontecer e o caminho a ser tomado

Acabaram as Olimpíadas de Londres. A medalha não veio, mas a Seleção Brasileira masculina de basquete voltou da Inglaterra com a sensação de que o orgulho pela modalidade no país foi recuperado, já que o time não disputava os Jogos Olímpicos há 16 anos e terminou no quinto lugar logo no retorno, gerando muitos comentários na imprensa e nas mídias sociais. Passada a expectativa pelas partidas, fica agora a questão: quais serão os reflexos que a campanha pode causar no basquete nacional, principalmente no NBB? Alguns técnicos da competição não têm dúvidas em acreditar no avanço do desenvolvimento do esporte da bola laranja até 2016, quando as Olimpíadas serão realizadas no Brasil.

“O panorama mudou bastante. O basquete recuperou o bom conceito junto ao público”, afirmou Lula Ferreira, técnico do Vivo/Franca. “Isso foi muito importante e tem um reflexo muito positivo. Gera o interesse direto e indireto pelo basquete. O direto vem com as crianças que procuram escolinhas para jogarem basquete. O indireto vem com o público que passa a acompanhar de perto o esporte, pela TV ou nos ginásios. O NBB é um campeonato organizado, que vem crescendo ao longo dos anos. O mercado interno é forte e tende a se fortalecer mais ainda”, acrescentou.

Brasil saiu das Olimpíadas de Londres com a cabeça erguida e a sensação de retomou o gosto do brasileiro pelo basquete (Gaspar Nobrega/inovafoto)

O veterano treinador, que já comandou a Seleção Brasileira masculina, ainda falou em “confiança resgatada”. “Essa participação nas OIimpíadas resgatou muitas coisas. A medalha não veio, mas a imagem junto ao público geral, não apenas aquele que acompanha basquete, mudou. Antes, estava desgastada e sem confiança. A boa participação do Brasil mudou essa imagem”, comentou.

A conquista de uma medalha deixaria esse resgate do orgulho do brasileiro pelo basquete mais evidente e claro, segundo José Vidal, técnico do Uniceub/BRB/Brasília. Mas o treinador campeão das duas edições mais recentes do NBB concorda que a participação foi “positiva”. Com o iminente crescimento da procura pelos jogos de basquete no país, as equipes precisam evoluir ainda mais o nível de seus elencos para manterem o interesse do torcedor com bons jogos na quadra, argumenta.

“Pelo que vejo, todo mundo está fazendo isso. Temos de ter bons jogadores para proporcionar bons espetáculos para o público. O público quer ver bons espetáculos. Isso também ajuda a seleção na briga por melhores resultados em âmbito internacional. A gente sabe que o Brasil valoriza demais vitórias e medalhas”, falou Vidal.

A expectativa é de que o brasileiro passe a acompanhar mais basquete e comece a ir com frequência nos jogos do NBB (Luís Pires/LNB)

Ações aproveitando esse momento para trazer mais público para as quadras já estão sendo feitas. O próprio Brasília lançou uma exposição para levar a taça do NBB, conquistada três vezes pelo time da capital federal, a escolas de ensino médio espalhadas pelo Distrito Federal. O encantamento de um jovem pelo basquete pode também levá-lo para dentro das quadras, sonhando em formar futuras gerações olímpicas. Esse ponto, de uma política esportiva para formar novos atletas e, mais do que tudo, cidadãos, também foi lembrado por técnicos do NBB como algo a ser bastante discutido e analisado no próximo ciclo, rumo a Rio-2016.

“O momento é muito bom, isso cria um ambiente favorável que ajuda o basquete a ser mais competitivo, formando mais jogadores, técnicos. Mas é uma parte da história. O mais importante, muito mais, é criarmos uma política esportiva. A massificação do esporte nas escolas às vezes é mais importante do que uma medalha”, declarou Guerrinha, técnico do Paschoalotto/Bauru. Lula compartilhou da mesma opinião, ressaltando a responsabilidade que os envolvidos com o esporte têm nesse aspecto.

“O esporte tem de ser visto como um fator educacional, para formar cidadãos. Formar medalhistas olímpicos é consequência desse projeto, não a causa. Temos de ter uma melhor política esportiva, mas as organizações que comandam os esportes também precisam fazer a lição de casa, criar ações. Cada um tem a sua responsabilidade”, concluiu o técnico do Franca.

O NBB é um campeonato organizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a Rede Globo e com patrocínio Eletrobras, Caixa, Penalty e Netshoes.