HOJE
Homenagens aGérson Victalino
Por Liga Nacional de Basquete
Amigos e companheiros prestam condolências e relembram momentos marcantes ao lado do ex-pivô, que faleceu nesta quarta-feira (29/04)
A quarta-feira (29/04) foi difícil para o basquete brasileiro. A morte de Gérson Victalino, ainda aos 60 anos por complicações da Esclerose lateral amiotrófica (ELA), foi um baque em parceiros e amigos que o ex-pivô da Seleção Brasileira conquistou ao longo dos seus 22 anos de carreira profissional.
Companheiro de Gerson durante muitos anos na Seleção Brasileira e inclusive campeão pan-americano em 1987 ao lado dele, Guerrinha se emocionou ao falar sobre o amigo e relembrou que ele começou a jogar basquete somente aos 18 anos.
“O Gerson foi meu companheiro de quarto na Seleção, uma pessoa super amiga, uma pessoa humilde, uma pessoa super agradável, inteligente e de um talento incrível. Ele começou a jogar muito tarde e atingiu um nível olímpico digno de grandes pivôs do basquete FIBA. O basquete perde uma pessoa incrível que fez muito dentro e fora da quadra pela modalidade. Estou perdendo um irmão de tantas batalhas e estou muito triste. Mas tenho certeza que Deus o receberá com muita luz”, afirmou o treinador do Mogi.
Auxiliar de Guerrinha no Mogi e também medalhista de ouro em 1987, Cadum Guimarães prestou homenagens ao companheiro através de suas redes sociais. Por meio de seu Instagram, ele publicou um desenho com os dois. Descansa em paz, irmão. Você foi bravo como sempre. Vai estar eternamente no meu coração”, escreveu na legenda.
Presidente licenciado da Liga Nacional de Basquete (LNB), Kouros Monadjemi relembrou as origens do ex-pivô, que morava em Contagem (MG), quando foi descoberto e passou a atuar pelo Ginástico, no fim dos anos 1970.
“Gersão, como era chamado carinhosamente por nós em Minas, foi nosso ídolo e referência de maior jogador brasileiro formado em Minas Gerais. Com muita humildade e simplicidade suas características marcantes, ele simbolizava o atleta serviçal, que com sua facilidade nos rebotes, transmitia tranquilidade aos demais jogadores e principalmente ao Oscar e Marcel no sucesso nos arremessos de longa distância na conquista do Pan-Americano de 1987. Ele é um orgulho do Brasil! Que descanse em paz”, disse.
Jogador que mais vezes vestiu a camisa da Seleção Brasileira, Gerson foi homenageado também por Nilo Guimarães, que também se solidarizou com a dor de seus familiares neste momento.
“Ele sempre se mostrou ser muito guerreiro. Gostava muito dele e espero de coração que Deus conforte a todos os seus familiares e amigos porque realmente ele faleceu muito novo. O basquete brasileiro fica muito triste. Em quadra ele foi sinônimo de muita raça, muita garra e tinha muita vontade de defender a seleção e o nosso país”, lamentou o presidente da LNB.
Histórico também na Europa
Mesmo tendo parado em 2002 após atuar no Brasil também por Monte Líbano, Corinthians, Lençóis Paulista, Jales, Sport, Recife e Remo, Gerson também deixou o seu legado no basquete espanhol, onde jogou pelo Bàsquet Manresa. O pivô Marcus Toledo, que jogou pela mesma equipe na Europa, relembrou a importância do camisa 6 no Velho Continente.
Muito triste em saber do falecimento do Gerson Victalino.
Que Deus conforte a todos os familiares e os entes queridos. 🙏🏾 pic.twitter.com/MuYUuMJ2Qu— Marcus V. Toledo (@viny__13) April 29, 2020
“Mais que o legado que nos deixa dentro da quadra, Gerson Victalino era para mim em particular una referência na minha passagem pela Liga ACB. Ele tinha sido o primeiro brasileiro a defender o Basquet Manresa, abrindo portas e rompendo barreiras para outros passarem. Obrigado Victalino, que a tua vida e história no basquete nacional e internacional continue inspirando e servindo como exemplo como um dia foi para mim”, lamentou por meio de seu Twitter.
Eduardo Agra foi outro companheiro de Gérson que relembrou bons momentos sobre o amigo. Atual comentarista dos canais ESPN, o ex-jogador contou que eles criaram uma grande amizade quando atuaram juntos pelo Corinthians e também em eventos de basquete que participaram juntos após suas aposentadorias das quadras.
“Ele sempre um foi cara de coração enorme, hábitos simples, sorriso largo e palavra amiga. Nas viagens sempre dividíamos o quarto. Tenho profundo respeito e admiração. Juntamente com Ubiratan e Adilson, ele foi o jogador mais atlético que eu já vi. A gente sabia que ele estava em uma situação difícil, mas é sempre mais duro quando se ouve a notícia”, lamentou.
Pós-carreira
Depois de se aposentar, Gerson passou a trabalhar como gerente de uma loja de gessos em São Paulo e seguia jogando em torneios de veteranos pelo Brasil. Em 2016, já de volta a Minas Gerais, ele comentou o Jogo 4 entre Minas e Pinheiros, pelas oitavas de final da edição de 2016, ao lado de Guilherme Maia, Giovanna Terezzino e de Cadum Guimarães, outro ex-companheiro de Seleção Brasileira.
No fim de 2019, amigos de Gerson do Basketball Master Brasil, em parceria com a família do ex-atleta, criou uma conta bancária para ajudá-lo a comprar medicamentos para o seu tratamento. A ELA é uma doença que atinge o sistema nervoso, causando paralisia progressiva irreversível. O ex-pivô deixa quatro filhos.