HOJE
Viagem no tempo
Por Liga Nacional de Basquete
Três medalhas de bronze, 8 vezes entre os 5 melhores e muita história: Brasil carrega bom retrospecto Jogos Olímpicos e chega ao Rio 2016 com bela tradição na camisa
O Brasil tem muita história no basquete. E quanta história. Quando o assunto é Olimpíada, trata-se de uma tradição de 68 anos, que teve início em em Berlin, 1936, e foi até 2012, ano da última edição dos Jogos, em Londres. Neste período, foram 14 participações, oito classificações entre os cinco melhores e três medalhas, todas de bronze (1948, 1960 e 1964). Por isso, o site da LNB preparou um resumo sobre cada época da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos e das fases que a modalidade da bola laranja viveu no país.
1936 – O início
No primeiro torneio de basquete da história dos Jogos Olímpicos, em 1936, quando o basquete foi incrivelmente disputado em um campo, com grama e tudo, a Seleção Brasileira não teve boa participação e ficou na última colocação (9º), com campanha de duas vitórias e três derrotas. Depois disso, teve início uma fase dourada do basquete nacional.
1948 – A primeira medalha
Em 1948, no México, veio a primeira medalha. Desta vez dentro de quadra e com a participação de 23 seleções, o Brasil venceu sete das oito partidas que disputou, terminou na terceira colocação e conquistou sua primeira medalha na história, um honroso bronze, liderado por Algodão, Alfredo da Motta e Nilton Pacheco e comandado por Moacyr Daiuto – Veja mais detalhes na série #BrasilÉHistória.
1960 – Bronze de novo
Depois duas edições ficando em sexto (1952 e 1956), a Seleção voltou a subir no pódio e colocar uma medalha no peito em 1960, em Roma. Com Amaury Pasos, Wlamir Marques e sob o comando do lendário técnico Togo Renan Soares, o “Kanela”, o esquadrão verde-amarelo terminou a competição em terceiro e deu ao basquete brasileiro sua segunda medalha olímpica – outro bronze – Veja mais detalhes na série #BrasilÉHistória.
1964 – Feito repetido
Essa geração de Kanela, Amaury e Wlamir, junto de Rosa Branca, Ubiratan, Mosquito e Cia, também alcançou o incrível feito de se sagrar bicampeã mundial (1959 e 1963). Em 1964, esta equipe voltou a faturar uma medalha olímpica na edição seguinte dos Jogos, em Tóquio. Esta fase foi histórica para o basquete brasileiro, a mais vitoriosa de todos os tempos, e foi chamada de “Anos Dourados” – Veja mais detalhes na série #BrasilÉHistória.
1968 – Fim da “Era Kanela”
Na Olimpíada seguinte, em 1968, na Cidade do México, a Seleção contou com um desfalque crucial – Amaury Pasos, que deu seu último passo como jogador no Mundial do ano anterior (1967), no qual o Brasil ficou com a medalha de bronze. Sem um de seus principais jogadores, a equipe verde-amarela ficou na quarta posição, sem medalha, e a Era de Togo Renan Soares, o “Kanela”, chegou ao fim. – Veja mais detalhes na série #BrasilÉHistória.
1972 – Nova fase
Depois do fim da Era Kanela, sem Amaury e Wlamir, o Brasil passou por uma reformulação, impulsionada pelo surgimento de novos craques, como Marquinhos Abdalla, Radvilas, Adilson e Dodi. Contando também com os já “experientes” Hélio Rubens, Menon, Edvar Simões, Ubiratan e Rosa Branca, a Seleção sofreu com os tropeços e terminou os Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, na sétima colocação.
1976 – Tropeço
Já em 1976, o Brasil ficou de fora da Olimpíada pela primeira vez na história. Ao não se classificar na eliminatória das Américas, o time verde-amarelo foi ao Pré-Olímpico Mundial e, mesmo após bater Israel, Islândia, Tchecoslováquia e Finlândia, perdeu para México e Espanha na fase final do torneio e não obteve a combinação de resultados que o colocaria nos Jogos e ficou de fora da edição de Montreal.
1980 – Nova safra
Mas as coisas mudaram em 1980. Sob o comando do lendário Ary Vidal, a Seleção voltou às cabeças ao contar com uma safra de verdadeiros craques, como Cadum, Marcelo Vido, Marcel e Oscar Schmidt. Em Moscou, a Seleção chegou até a fase semifinal, venceu Cuba e Itália, mas perdeu para Espanha e a campeã Iugoslávia, este de maneira dramática, e terminou em quinto – Veja mais detalhes na série #BrasilÉHistória.
Oscar Schmidt, por sua vez, foi o quinto cestinha desta edição dos Jogos, com média de 24,1 pontos por jogo – o primeiro foi Ian Davis (AUS), com 29,3 de média. Na Olimpíada de 1984, quando o Brasil não passou da primeira fase e ficou na nona colocação, o “Mão Santa” repetiu a média de 24,1 e ficou na terceira posição do ranking. Já nas três edições seguintes (1988, 1992, 1996), terminou como cestinha com as seguintes médias: 42,3 ppj, 24,8 ppj e 27,4 ppj.
1988 – Por pouco
Dissecando as respectivas edições, começaremos por 1988, em Seul, Coréia do Sul. Depois de conquistar o histórico e épico Pan de 1987 em Indianápolis, a Seleção Brasileira chegou com moral nos Jogos Olímpicos de 88. Na primeira fase, a Seleção classificou-se na terceira colocação de seu grupo. Dos cinco jogos que fez, a equipe registrou mais de 100 pontos em quatro jogos, o que mostrava a potência do ataque verde-amarelo.
Já nas quartas de final, a adversária foi ninguém menos que a União Soviética, campeã daquela edição. A derrota suada para o time da lenda Arvydas Sabonis nas quartas, 110 a 105, jogou o Brasil para a disputa de 5º ao 8º lugar. Na disputa, venceu Porto Rico na “semifinal” (104 a 86) e Canadá na “final” (106 a 90) e ficou com o quinto lugar dos Jogos Olímpicos de Seul 1988.
1992 – De novo em 5º
Em seguida, na Olimpíada de 1992, em Barcelona, o Brasil terminou a fase de grupos da terceira colocação da chave A, com derrotas apenas para o épico “Dream Team” dos Estados Unidos, de Jordan, Magic Johnson e Cia, e para a Croácia, de Drazen Petrovic, Tony Kukoc e Dino Raja. Os dois foram finalistas desta edição.
Assim como na edição anterior, a Seleção caiu nas quartas de final para a agora Lituânia, novamente de Arvydas Sabonis, com derrota, por 114 a 96. Outro resultado idêntico a 1988, o Brasil venceu Porto Rico na “semi” da disputa de 5º a 8º e repetiu o quinto lugar na Olimpíada ao ganhar da Austrália na “decisão”, pelo placar de 90 a 80.
1996 – Fim de uma Era
A partir dessa época o basquete brasileiro já passava por um processo de decadência, com diversos clubes fechando suas portas e uma “crise” sendo instalada. Na Olimpíada de 1996, em Atlanta, a Seleção tinha Oscar Schmidt em sua última aparição, Demétrius Ferracciú, Rogério Klafhke, Josuel, Pipoka, Ratto, e outros. Na primeira fase, o Brasil venceu dois jogos, contra Coreia do Sul e Porto Rico, e conseguiu a classificação suada na quarta colocação.
No entanto, a eliminação nas quartas de final foi não foi evitada pela terceira edição consecutiva das Olimpíadas para os brasileiros. Diante dos Estados Unidos, a Seleção foi derrotada (98 a 75) e deu adeus à sua última participação nos Jogos das próximas duas décadas na sexta colocação. +Veja mais detalhes desta edição dos Jogos na série #BrasilÉHistória
É certo que o responsável por despachar o Brasil em 96 não era “aquele” Dream Team de 92, mas o time norte-americano formado por Charles Barkley, Scottie Pippen, Penny Hardaway, Reggie Miller, John Stockton, Karl Malone, Hakeem Olajuwon, Shaquille O’Neal, David Robinson, Grant Hill, Mich Richmond e Gary Payton também foi imbatível e ficou com o ouro.
Meados dos anos 2000 – A crise
Depois do fim da trajetória nos Jogos de 1996, o basquete brasileiro passou por um período de crise no final da década de 90 e meados dos anos 2000. Durante este período, a Seleção amargou maus desempenhos nos Mundiais de 1998, 2002 e 2006 (10º, 8º e 17º lugares, respectivamente), além de nenhuma classificação às Olimpíadas. Entre outros acontecimentos, a modalidade da bola laranja ficou com uma imagem bastante negativa.
2008 – A volta por cima
Visando melhorar a imagem do basquete e colocá-lo no lugar que ele merece, os clubes se uniram e, em 2008, fundaram a Liga Nacional de Basquete (LNB), responsável pela criação do principal campeonato nacional do país na modalidade, o Novo Basquete Brasil (NBB), que depois de oito temporadas trouxe diversos ganhos ao esporte da bola laranja em solo brasileiro, dentre eles a volta do Brasil às Olimpíadas.
2011 – O retorno
Sob o comando do argentino Rubén Magnano e com sete atletas que atuavam no NBB CAIXA, a Seleção Brasileira se agigantou em solo argentino em 2011, ficou com o vice-campeonato do Pré-Olímpico de Mar Del Plata e conquistou a tão sonhada vaga nos Jogos Londres 2012, o que colocou fim ao incômodo jejum de 16 sem ir a uma Olimpíada, mais um reflexo da nova fase que a modalidade da bola laranja vive nos tempos atuais.
2012 – Belo papel
Em Londres 2012, o Brasil entrou com força máxima e colocou em quadra nada menos que seis atletas do NBB CAIXA (Alex, Marquinhos, Marcelinho, Guilherme Giovannoni, Larry Taylor e Caio Torres). Na primeira fase, ganhou da Austrália (75 a 71), Grã-Bretanha (67 a 62), China (98 a 52) e Espanha (88 a 82), e sofreu uma fatídica derrota para a Rússia, no último segundo, por 75 a 74. Desta forma, a Seleção ficou na segunda posição do Grupo B e foi às quartas de final.
O adversário era ninguém menos que a Argentina, que conseguiu uma classificação na terceira colocação do Grupo A, com derrotas para Estados Unidos e França, e vitórias sobre Lituânia, Nigéria e Tunísia. Na partida, o Brasil não conseguiu parar Scola, Ginobili, Delfino e Cia. e caiu para seu maior rival, pelo placar de 81 a 77, e foi eliminado dos Jogos Londres 2012. Como teve a melhor campanha entre os eliminados nas quartas, a equipe de Magnano terminou os Jogos em quinto.
2016 – Nova chance
Agora, no Rio 2016, a Seleção terá a oportunidade de voltar a sorrir nos Jogos Olímpicos e tentará passar das quartas de final para brigar por medalhas, algo que nunca aconteceu desde que o sistema de playoffs foi implantado na Olimpíada, em 1984. Os incumbidos desta missão são os armadores Marcelinho Huertas, Raulzinho Neto, Rafa Luz, os alas Leandrinho Barbosa, Marquinhos, Alex Garcia e Benite, e os pivôs Nenê, Hettsheimeir, Augusto Lima, Guilherme Giovannoni e Cristiano Felício.
Confira as colocações da Seleção Brasileira em todas os Jogos Olímpicos na história:
1936 – Berlim (Alemanha) – 9º
1948 – Londres (Inglaterra) – 3º (Bronze)
1952 – Helsinki (Finlândia) – 6º
1956 – Melbourne (Austrália) – 6º
1960 – Roma (Itália) – 3º (Bronze)
1964 – Tóquio (Japão) – 3º (Bronze)
1968 – Cidade do México (México) – 4º
1972 – Munique (Alemanha) – 7º
1976 – Montreal (Canadá) – não se classificou
1980 – Moscou (União Soviética) – 5º
1984 – Los Angeles (Estados Unidos) – 9º
1988 – Seul (Coréia do Sul) – 5º
1992 – Barcelona (Espanha) – 5º
1996 – Atlanta (Estados Unidos) – 6º
2000 – Sidney (Austrália) – não se classificou
2004 – Atenas (Grécia) – não se classificou
2008 – Pequim (China) – não se classificou
2012 – Londres (Inglaterra) – 5º