HOJE
O Futuro do NBB:Anderson B.
Por Rodrigo Bussula
De jogador de futebol no Corinthians a promessa da base brasileira no Paulistano: conheça a história de Anderson Barbosa
A palavra Talento, do latim talentum, está relacionada com aptidão ou inteligência para desenvolver uma atividade, seja ela esportiva, profissional ou de outros campos da vida. No basquete, muitos têm essa palavra atribuída aos seus nomes pelo grande desempenho quase que natural.
Talento. Essa foi a palavra que Anderson Barbosa Miranda Santana, nascido no dia 03 de julho de 2000, ouviu na primeira vez que jogou basquete na vida, aos 12 anos. De lá para cá, o jovem ala/armador do Paulistano/Corpore vem mostrando dia após dia que aquelas palavras proferidas a ele não foram em vão.
Tido como um dos grandes prospectos da base brasileira, o jogador de apenas 20 anos é uma das joias da base do CAP, com uma oportunidade de conquistar mais espaço no time de cima já nessa edição do NBB, em que a equipe alvirrubra passa por uma reformulação.
Anderson, o Zagueiro
Mas a história do jovem jogador, que agora pode se firmar de vez na elite do basquete brasileiro, começa antes e dentro de um campo de futebol. Isso porque Anderson, antes de dar os seus primeiros passos numa quadra de basquete, vestia preto e branco, usava chuteiras e jogava de zagueiro no Corinthians.
“Joguei futebol no Corinthians por três meses, porque estava fazendo teste. Nessa época eu tinha cerca de 11, 12 anos. Eu era zagueiro, arregaçava na zaga (risos). Tenho 1,90m hoje, e na época já tinha um 1,75m e já era bem alto, uma espécie de zagueiro artilheiro o pessoal falava, porque eu ia para área e fazia muitos gols”, disse.
A experiência de três meses no clube do Parque São Jorge não deu certo e o Anderson, zagueiro, foi dispensado pela equipe. Mas a mãe do jogador resolveu dar um jeito no tempo ocioso do filho após a dispensa e o arrastou, literalmente, pelo braço para jogar basquete.
“Um dia eu estava de boa em casa e minha mãe disse para irmos a um lugar e que eu iria começar a jogar basquete. Disse para ela que nem sabia fazer isso e que não entendi muito bem. Ela nem ligou e ainda por cima me disse: ‘Vamos, você vai gostar’. No primeiro dia que comecei a jogar, a Ivonete, que foi minha técnica, falou que eu era talentoso e que iria jogar com eles”, afirmou.
Anderson, o promissor jogador de basquete
A insistência da mãe rendeu e Anderson tomou gosto pelo esporte. O local escolhido para os primeiros passos no mundo da bola laranja foi a AMAB/Girrafinhas, que desenvolve um trabalho socialmente importante na região de Mauá, no ABC Paulista, trabalhando com crianças e jovens de sete a 17 anos de idade.
“Eu jogava pelo Mauá Girrafinhas do basquete. Era um projeto novo e começamos a ir para uns Festivais e me amarrei. Depois disso, entramos na federação e logo no nosso primeiro ano chegamos em segundo no estado. Ao decorrer disso fiquei até os 16 anos no Girrafinhas, depois disso cheguei no CAP, com 17”, frisou o jogador.
A experiência na equipe de Mauá rendeu títulos e, mais importante que isso, lapidou ainda mais o talento natural da jovem promessa para as oportunidades que estavam por vir, e que vieram. Entre os 16 e 17, o ala/armador se transferiu para o Paulistano, onde pode de uma vez por todas desabrochar ainda mais todo o seu potencial, como vem fazendo até hoje.
Até aqui, já são três Liga de Desenvolvimento de Basquete (2017, 2018 e 2019), o principal campeonato das categorias de base do Brasil, que conta com o apoio do CBC (Comitê Brasileiro de Clubes) desde 2017, na conta, com direito a título na edição de 2017. Segundo o atleta, a competição ajudou, e muito, no seu amadurecimento.
“A LDB me ajudou bastante. Minha primeira aparição foi quando eu tinha de 17 para 18 anos. Joguei com caras como Gemadinha, que hoje está na Unifacisa, Victão, que hoje é do adulto do Paulistano, que me ajudaram bastante. Pude enxergar bastante coisas que eu não enxergava dentro do jogo e os caras me ajudavam muito. O campeonato é bom porque se joga contra bastante equipes, varia bastante e você vai se conhecendo dentro da quadra de perspectivas diferentes. Na LDB foi onde pude mostrar meu talento para que o time pudesse contar comigo. Pude fazer o que eu sei”, afirmou.
Anderson, o jogador profissional
Agora, de contrato renovado, Anderson deve ganhar minutos no time profissional sob o comando de Régis Marelli, mas essa não é a primeira vez que o ala/armador sobe para o elenco de cima. Ainda na última temporada, cancelada devido à pandemia causada pela Covid-19, Anderson ganhou alguns minutos nos últimos dois jogos do Paulistano na competição e, assim como esperado, entrou bem.
“Fiz bons jogos, especialmente contra Mogi antes do começo da quarentena. Aquilo foi uma pilha para meu crescimento. Agora, no retorno aos treinos, me deram bastante confiança e acertaram comigo um novo contrato. O Régis me deu bastante apoio. Claro que existe aquela pressão de acertar, de aproveitar as oportunidades, afinal, se você errar sai. Agora, nesse começo, com amistosos e o início do paulista, estão me dando bastante oportunidades e espero aproveitar”, afirmou.
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Projetando a próxima temporada, podemos esperar também um Anderson um pouco mais versátil. O jogador, que até os 16 anos jogou de pivô, já desenvolveu habilidades para jogar na infiltração e de costas para cesta, além de já ter vasta experiência atuando como ala. Agora, ele enfrenta um novo desafio e começa a transição para jogar de ala/armador, aumentando ainda mais o seu leque de opções.
“Então, estou subindo de pouquinho em pouquinho de 3 para um 2. Começa na hora do treino, que estou em uma e muda para outra. Não é aquele negócio de ‘ah, você vai jogar de ala’, porque graças a Deus minha força física me ajuda a jogar de três, mas estou subindo para ala/armador de pouco em pouco”, finalizou.
O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e em parceria com a NBA e o CBC, e conta com os patrocínios oficiais da Budweiser, Unisal, Nike, Penalty, Plastubos, EY, VivaGol, IMG Arena e Genius Sports.
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