HOJE
Tu és orgulhoe tradição
Por Rodrigo Bussula
Clube tradicional do basquete brasileiro, Corinthians vem para sua terceira temporada na elite do basquete nacional
Nos últimos anos muitos clubes tradicionais no futebol resolveram entrar na elite do basquete brasileiro e encarar o desafio de jogar o NBB. Alguns deles, inclusive, já possuíam belas histórias na modalidade. É o caso do Corinthians, que em 2018 reviveu suas atividades no departamento de basquete depois de longos anos de inatividade.
Desde então, o basquete do Timão já conseguiu grandes feitos, entre eles o título da Liga Ouro 2018, que concedeu ao clube uma vaga na elite do basquete brasileiro, o NBB. Agora, o Corinthians irá para sua terceira edição seguida no NBB, com projeções bastante positivas. Mas antes de falarmos do elenco, comando técnico e projeções da equipe, bora conhecer um pouco mais da história do basquete alvinegro.
Basquete alvinegro: tu és orgulho
Se engana quem acha que o Corinthians iniciou sua trajetória no basquete apenas em 2018. Ao contrário disso, o alvinegro paulista é um dos mais tradicionais do país, tendo o início de suas atividades na modalidade datada em 1928, no mesmo ano da abertura do Parque São Jorge.
Em sua história, títulos não faltaram. São 14 Campeonatos Paulistas, quatro Campeonatos Brasileiros (1965, 1966, 1969 e 1996), três Campeonatos Sul-Americanos (de 1965 e 1969) e, é claro, o título da Liga Ouro 2018, que abriu caminho para uma nova trajetória na elite da bola laranja no Brasil.
Dentro destas conquistas, diversos ídolos foram criados com a camisa preto e branca: Wlamir Marques, Amaury Pasos, Rosa Branca, Ubiratan, Eduardo Agra, Gérson Victalino e Oscar Schmidt, todos atletas lendários e que fizeram história com a camisa da Seleção Brasileira.
Na nova geração alvinegra, que agora figura no NBB, alguns nomes importantes também já fizeram parte da recente história do Corinthians na competição: “A Lenda” Guilherme Giovannoni, o armador Gustavinho Lima, campeão da Liga Ouro com o Corinthians e capitão da equipe na época, e Guilherme Teichmann, um dos grandes pivôs da liga na última década. Além deles, Nano Parodi e David Nesbitt, dois gringos de renome no cenário nacional, também já vestiram as cores do Timão pelo NBB.
Timão no NBB
A vaga do Corinthians no NBB veio ainda em 2018, após o Timão bater o São José na finalíssima da Liga Ouro 2018 – competição que anteriormente concedia vaga no NBB para o campeão.
Assim como é tradição do clube, a vitória e a vaga foi conquistada na base da raça. Teve até jogo com quatro prorrogações na série. Com isso, a equipe conquistou o histórico título no Ginásio Lineu de Moura, no Vale do Paraíba.
Com a vaga nas mãos, o Timão voltou a disputar a elite do basquete brasileiro e, logo de cara, chegou às quartas de final, quando caiu para o Flamengo, que viria a se sagrar campeão do NBB 2018/2019. Na temporada seguinte, a equipe chegou à duas finais, sendo elas a do Campeonato Paulista e da Liga Sul-Americana.
O resultado foi adverso nas duas oportunidades, mas, observando a situação com um olhar mais crítico, o clube do Parque São Jorge já alcançou grandes feitos em pouco mais de dois anos desde o retorno, em 2018. Para o armador Ricardo Fischer, uma das estrelas do elenco alvinegro, o Corinthians, mesmo com os vice-campeonatos, está no caminho certo.
“A temporada do Corinthians foi muito positiva, alcançamos todos os objetivos que traçamos para o segundo ano de projeto, que era chegar nas finais, e chegamos em duas. O terceiro, que era o NBB, infelizmente acabou antes, mas estávamos dentro dos playoffs. Queríamos ganhar os dois títulos, mas sabemos como o trabalho é difícil e duro. Uma coisa é chegar a outra é ganhar, mas isso faz parte do processo e logo no segundo ano disputar duas finais já é fantástico, temos que só olhar para cima”, afirmou.
Nova temporada, novo comandante, novos desafios
Para a temporada que está por vir do NBB, o Timão realizou uma mudança no comando técnico e trouxe ninguém mais ninguém menos que o treinador Demétrius Ferraciú, campeão do NBB 2016/2017 com o Bauru, que deixou o Dragão após seis temporadas à frente da equipe.
O treinador chega ao Timão com a missão de manter a equipe no caminho da briga por títulos e, para isso, tem em suas mãos um elenco que é um misto de experiência e juventude. Segundo o treinador, o torcedor do alvinegro paulista pode esperar um time com muito brio.
“Podem esperar uma equipe com muito brio. Nós seguimos um lema nessa temporada que é Na Base da Raça e nós procuramos trazer jogadores que entendem o tamanho do Corinthians e que vão se dedicar para chegar ao máximo do que podem o tempo todo. Queremos consolidar um trabalho com a mescla de jogadores mais jovens, formados no clube e atletas com mais experiência e identificados com os torcedores do Corinthians”, disse o treinador, que completou:
“Nossa maior dificuldade vai ser encontrar uma sintonia no prazo curto que teremos. São jogadores que nunca jogaram juntos, mas a gente vai se dedicar e conversar muito para superar isso logo”, finalizou.
Assim como Demétrius afirmou, encontrar a sintonia será um grande desafio, ainda mais com um elenco reformulado em comparação as duas últimas temporadas. Para se ter ideia, apenas três jogadores permaneceram no elenco, sendo eles Kyle Fuller, Ricardo Fischer e Felipe Dalaqua, esse que vem da base, mas que já marcava presença em alguns jogos no time de cima.
Segundo Antonio Romero, General Manager do Corinthians, as contratações e a gestão de recursos para montar o elenco desta temporada foi feito com responsabilidade e muito planejamento.
“A gestão dos recursos é feita acima de tudo com responsabilidade. Estabelecemos um orçamento com as áreas financeira e de marketing do Corinthians, a partir daí planejamos a equipe e a estrutura de trabalho com os diretores e comissão técnica. Depois, tentamos comunicar com o máximo de transparência essa realidade ao torcedor”, afirmou Antônio Romero.
Caras novas no elenco
Com um time reformulado, alguns nomes desembarcaram no parque São Jorge para defenderem as cores do Corinthians na próxima temporada, como é o caso do renomado e premiado armador Gegê.
Após uma temporada no Pato Basquete, onde anotou médias de 7,0 pontos, 3,5 rebotes, 7,1 assistências e 13,0 de eficiência, o jogador se transferiu para o Corinthians onde reencontrará mais uma vez Demétrius Ferraciú, treinador do Bauru no ano em que o armador se sagrou campeão do NBB com a equipe do interior paulista.
“Gostaria de frisar que estou muito feliz e motivado de poder vestir as cores do Corinthians, essa camisa que zela por muito respeito e responsabilidade. Então, eu acho que estou no lugar certo e muito feliz e motivado para entrar em quadra logo”, disse o jogador, que completou:
“Chego para somar a isso, espero marcar meu nome no clube com conquistas e títulos, assim como fiz em quase todos os outros clubes que passei. Tenho uma carreira vitoriosa e me orgulho dela, mas agora quero marcar meu nome na história do Corinthians. Espero conquistar o máximo de títulos que estiver no meu alcance e estou muito feliz com essa responsabilidade e o novo desafio de não só representar essa camisa, mas também de conquistar títulos”, finalizou.
Além dele, outros nomes chegaram para o elenco do time alvinegro; são eles: os alas Malcolm Miller e Vezarinho e os pivôs Renato Carbonari, Arthur Bernardi, Lucas Siewert e Lucas Cauê.
A volta por cima
Ricardo Fischer foi contratado pelo Corinthians para ser um dos principais nomes da retomada do basquete alvinegro a elite do basquete nacional. Logo de cara, o jogador assumiu e cumpriu bem com essa expectativa colocado em cima de seu nome, com médias de 14,3 pontos, 2,0 rebotes, 4,7 assistências e 13,5 de eficiência, até se lesionar (ligamento cruzado anterior – LCA) e ficar fora da temporada 2018/2019 do NBB.
Já na última temporada, o jogador voltou de lesão e, já recuperado, anotou médias de 14,6 pontos, 2,5 rebotes, 4,6 assistências e 14,3 de eficiência, além de se firmar como cestinha e jogador com mais assistências do elenco corintiano.
“Tanto o meu quanto da equipe foram muito positivos (desempenho). Tive uma segunda lesão no joelho, fiquei muito tempo afastado e no começo tive altos e baixos. Até reencontrar o tempo de jogo demorou um pouco, mas da metade da temporada para frente consegui ter bons jogos, ajudar a equipe, ser decisivo em alguns e sentir a confiança de voltar no mesmo nível de antes das lesões. Durante a pandemia isso me fez trabalhar mais para estar bem nesta temporada”, finalizou.
O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e em parceria com a NBA e o CBC, e conta com os patrocínios oficiais da Budweiser, Unisal, Nike, Penalty, Plastubos, EY, VivaGol, IMG Arena e Genius Sports.
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